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Ultraviolence - Lana Del Rey (Análise)



Ultraviolence é o segundo álbum de estúdio da Lana Del Rey e veio com a difícil missão de superar seus antecessores, Born To Die e Paradise. Ultraviolence foi lançado em Junho de 2014. Com essa álbum, Del Rey passou um conceito de amor violento, brutal e triste. Vamos rever o álbum e ver se ele é bom.

1. Cruel World: O álbum é iniciado com Cruel World, uma faixa que deixa bem claro o que devemos esperar de todo o álbum. "Compartilhei meu corpo e minha mente com você, está tudo acabado agora, fiz o que tinha que fazer, porque você está distante de mim agora". Cruel World tem uma letra totalmente feita por metáforas para mostrar "o mundo" onde em Lana vive, onde fama e diversão vem primeiro do que tudo. Lana também está apaixonada por um cara, que aparentemente não faz muito bem pra ela. Cruel World trás uma letra um pouco confusa pra se compreender, já que usa de muitas metáforas pra mostrar diversão. A produção um tanto minimalista é também algo notável, já que a cantora foi de batidas de hip-hop para o rock alternativo, com guitarra e bateria. 8.5/10

2. Ultraviolence: "Ele costumava me chamar de 'BD', que significa Beladona (erva venenosa), pois estava cheia de veneno, mas abençoada com beleza e raiva" Ultraviolence é uma música que dividi opiniões em sua letra, por mostrar o abuso doméstico como se fosse uma forma de amor, e isso é errado. Existe teorias que a música seria sobre Pamela Courson, namorada de Jim Morrison. A teoria roda em torno do clipe e da música, na música inteira Lana fala sobre um relacionamento conturbado e que o cara abusa dela, mas ela o ama, apesar de tudo. E no clipe, Lana está vestida de noiva, porém ela está sozinha, representando o que teria acontecido com Pamela depois da morte de Jim. O termo "Ultraviolence" vem do livro Laranja Mecânica e o termo é usado por Alex (personagem principal) para atos extremamente violentos. A produção que conta com violinos, bateria e guitarras é ótima. Mesmo não concordando com o tema abordado, Ultraviolence é uma ótima música, forte, intrigante, mas parece um beijo. 7.7/10




3. Shades Of Cool: Shades Of Cool é uma música incrível, onde Lana fala do seu amado, assim como fez em Off To The Races, mas aqui ela está mais apaixonada e madura quando fala dele e até fala que ele não se interessa com mais ninguém além dela. "Meu amado vive em tons de azul, olhos azuis e jazz e atitude. Ele vive em Califórnia também, dirige um Chevy Malibu. E quando ele chama, chama por mim, e não por você". Lana parece está feliz na canção, coisa que não vai ser muito comum no álbum. A produção é excelente e não deixa a desejar, é bastante vintage e lembra bastante o Rock dos anos 70/80. Simplesmente incrível. 9/10




4. Brooklyn Baby: Chegamos na 'Video Games' (ou quase) do álbum, Brooklyn Baby é uma homenagem direta à Lou Reed, compositor que Lana trabalhou pouco tempo antes dele morrer. Além de falar sobre Lou Reed, a letra fala sobre um amor que nem todos aprovam, mas que não incomoda os dois amantes e não deixa duvidas que quando Lana quer, ela sabe fazer uma ótima letra. "Bom, meu namorado é da banda, ele toca guitarra e eu canto Lou Reed, eu tenho penas no meu cabelo, eu fico pra baixo com a batida da poesia". A produção é minimalista e tão singela que nenhum fã da Lana de 2012 pensaria que ela chegaria a esse ponto, e ainda bem que ela chegou. 10/10



5. West Coast: Em questão de lead-single, Lana não nos decepciona e com West Coast não deixa a desejar. "Lá na Costa Oeste eles têm um ditado: Se você não está bebendo, então não está jogando. Mas você tem a música, você tem a música em você, não tem?". Lana fala em West Coast sobre o amor e diversão. Em alguns versos ela está fazendo uma escolha, entre ficar curtindo na Costa Oeste ou continuar com o cara. Porém, a maior parte da música está citando as qualidades da Costa Oeste. A guitarra é fortemente marcada durante a música inteira e a transição de soft rock para surf rock no refrão deixa a canção mais única e especial. 10/10




6. Sad Girl: "Ser uma amante, pode não atrair idiotas tipo você, já estivemos por aí, querendo algo que você faria". Assim começa Del Rey em Sad Girl. A canção fala sobre fama e amor, mais precisamente amor não totalmente correspondido; os versos são melancólicos ao extremo, mas tem o seu charme, a batida lembra-me vagamente sobre os anos 50/60 e deixa a música com um clima mais vintage e interessante. Na música inteira, Lana fica se gabando por está com um cara aparentemente rico, mas você não tem a sensação que o cara sente o mesmo que ela está sentindo. Toda vez que escuto sinto arrepios. 9/10



7. Pretty When You Cry: Puxando o melodrama excessivo de Born To Die, Pretty When You Cry não é a melhor música do Ultraviolence. Na música, Lana está se lembrando de todos os momentos importantes para ela quando estava em relacionamento e ela não quer perdê-lo. A canção tem sua batida lenta e a guitarra é o principal instrumento e os vocais não demonstram emoção; juntando os vocais e o instrumental, temos uma canção sem vida, sem graça. 5/10



8. Money Power Glory: Chegamos na melhor música do álbum, Money Power Glory é um hino. A música fala especificamente sobre a fama e amor. A letra começa com Lana desabafando sobre algo que incomodando ela em seu relacionamento, que é o estilo de vida que o cara quer seguir, que é oposto do estilo que Lana quer viver, mas ela parece estar disposta a tentar mudar, mas acaba não conseguindo largar sua obsessão por dinheiro, poder e a gloria. "Você diz que quer ir para uma terra distante, como nós vamos chegar lá da maneira que estamos vivendo hoje? Você fala muito sobre Deus, a liberdade vem do chamado, mas não é isso o que a vadia aqui quer, não é o que eu quero afinal. Quero dinheiro, poder e glória. Quero seu dinheiro, todo seu poder, toda sua glória. Aleluia! Quero levar você por tudo o que você possui." A música casa com o conceito do álbum e é a mais viciante do álbum, e a produção ficou ótima. 10/10



9. Fucked My Way Up To The Top: "A vida é incrível, eu confesso, o que eu faço, eu faço melhor. Você não tem nada, eu fui testada e sou a melhor, sim." Além de ser uma das letras mais "pesadas" da Lana, é a mais Ultraviolence do álbum. Lana está tendo uma conversa direta com uma garota em alguns versos, onde ela esbanja o que conseguiu até agora e ainda deixa o seu recado pra essa tal garota que ela é melhor do que ela e que sempre escolheram ela. Nos pré-refrões temos a certeza absoluta que é uma canção sobre sexo. De forma sensual, perigosa e elegante, Lana fala sobre o que fez até conquistar ao topo. Melhor frase: "Eu sou um dragão, você é uma p**a, você nem sequer sabe no que é boa. Me imitar é chato pra caralho para mim". Temos que concordar que é um hino. 9/10



10. Old Money: Chegando perto do final da versão standard do álbum, temos Old Money. Old Money segue a linha de melodrama de Pretty When You Cry, porém, o melodrama te deixa tocado e sentimental (o que não acontece em Pretty When You Cry). A letra da canção parece tão sincera e emotiva (o piano acompanhado do violino ajuda muito a dar esse tom sincero). Os graves também estão de matar. "Hortência azul, dinheiro frio, divino, caxemira, colônia e a luz branca do sol. Carros de corrida vermelhos, Pôr do sol e videiras, as crianças eram jovens e bonitas. Onde você esteve? Aonde você foi? Aquelas noites de verão parecem ter sido á muito tempo. Também se foi a garota que você costumava chamar de 'A rainha da cidade de Nova York' ". É uma música para se ouvir sozinho ou com seu (sua) amado(a). 8.7/10



11. The Other Woman: Clássico de Nina Simone, The Other Woman fala sobre a vida de uma mulher soberba que tenta sempre deixar tudo certo, quer sempre manter as coisas perfeitas para que tudo saia perfeito e mesmo tendo a vida perfeita, ela se sente sozinha e sabe que com o tempo o amor dela pelo seu "Old Man" vai acabar e nada adiantará. "Mas a outra mulher, vai sempre chorar até dormir, a outra mulher nunca terá o seu amor para manter. E com o passar dos anos, a outra mulher, vai passar a vida sozinha." A música se encaixa bem de leve no conceito do álbum quando se ouve esse trecho. A canção é doce e suave e tem vocais agradáveis. 8/10



12. Black Beauty: "Pintei as minhas unhas de preto, tingi meu cabelo pro tom mais escuro do castanho, porque você gosta das suas mulheres, espanholas, fortes e orgulhosas" Começando a versão deluxe com o pé direito desta vez. Black Beauty tem uma letra boa, não excelente. Através de metáforas, Lana vai falando sobre o humor do seu namoro que é sempre obscuro e ele nunca vê a beleza do mundo, apenas do mundo obscuro dele. Lana deixou um dos vocais mais bonitos do álbum inteiro em Black Beauty. A música é predominada por guitarras e baterias, que se casam perfeitamente com os vocais. Melhor frase: "Eu pinto a casa de preto, meu vestido de casamento é de couro preto também. Você não tem espaço para a luz, o amor está perdido em você, eu deixo meus lábios vermelhos, para parecerem cerejas na primavera, querido, você não pode deixar tudo parecer tão azul escuro". 7.7/10



13. Guns And Roses: Lana faz uma homenagem à Guns 'n Roses na faixa 13, porém, não deixa o melhor dos resultados. A letra é extremamente básica e não se encaixa de forma alguma no conceito que o álbum passou até agora. Com o refrão menos trabalhado da Lana de todos os álbuns. Mesmo assim ainda tem uma melodia gostosa de se ouvir e é o que salva essa música, na minha opinião. "Motocicleta, divino amor, eu deveria ter aprendido a deixar você andar, eu não sou do tipo que se casa, eu deveria ter casado mesmo assim" 4.5/10



14. Florida Kilos: "Linhas brancas (cocaína), docinho, tattoos. Não sei o que significam, elas são especiais, só pra você" Assim começa Lana na música mais agitada desde Fucked My Way Up To The Top; Florida Kilos é um trocadilho pra Florida Keys, um arquipélago da Florida. A música tem um clima tropical e fresh que deslumbra à quem a ouve. A música fala cocaína, diversão e amor. A música se encaixa ao conceito por esse trecho: "A prisão não é nada para mim se você estiver do meu lado", mas não chega a ser tão próxima a outras musicas do álbum. É um jeito ótimo de se terminar um álbum. 9.5/10



(BONUS) 15. Is This Happiness: "Estive nas colinas de Hollywood tomando pílulas violeta, escrevendo todas minhas canções sobre minhas emoções baratas, você é um cara difícil de se amar e  eu sou uma moça difícil de se manter o controle". Música exclusiva da versão Deluxe do iTunes, Is This Happiness é uma música emotiva onde Lana está apontando erros seus e de seu amado. Lana também faz um questionamento para ele o que ele está sentindo. Dá uma leve impressão que ele está satisfeito com tudo, mas Lana não está. A produção é minimalista ao extremo, mas isso não é um problema, pois deixa a canção com um tom mais singelo, assim como Video Games. Melhor verso: "Estive nas colinas de Hollywood esmagando pílulas violeta, você tem tentado escrever um romance sobre suas emoções baratas. Você acha que é Hunter S. Thompson, eu acho que você é louco pra caralho assim como o dia é longo". 8/10



(BONUS) 16. Flipside: "Você vai me machucar agora? Ou vai me machucar mais tarde? Você vai ir para a cidade? Talvez você deva brincar mais cuidadosamente." Música exclusiva da versão Deluxe do iTunes japonês, Flipside é uma música foda! Não sei porque não está na versão standard do álbum! Seria uma Lucky Ones, porém mais trágica e mais interessante. A produção é minimalista, conta apenas com o som de guitarras, porém não deixa a desejar e lembrar o rock dos anos 80/90. O refrão também é algo que tenho que comentar, ele é incrível: "você não quer me decepcionar, você não quer dizer adeus e você não quer me dar as costas, você não quer me fazer chorar, mas você me pegou uma vez, talvez por outro lado eu poderia pegá-lo novamente, você me pegou uma vez, talvez por outro lado, você poderia me pegar de novo. 9/10





RESUMÃO: Ultraviolence é um divisor de águas na carreira da Lana, ainda aborda os mesmos temas tipo amor e fama, porém usa as letras pra expressar melhor os sentimentos que Lana sentiu escrevendo cada canção. O álbum é conceitual que trás o amor violento, vil e sensual como conceito principal. Só tive problemas com Ultraviolence por tratar abuso domestico como algo bom, Pretty When I Cry por sua letra e sonoridade pobre e Guns And Roses por sua letra. O álbum tem duração total de 1 hora e 13 minutos (contando com Is This Happiness e Flipside). É ótimo pra se ouvir em qualquer momento.

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