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Honeymoon - Lana Del Rey (Análise) [ATUALIZADO]


Honeymoon é o terceiro álbum de estúdio da cantora nova-iorquina Lana Del Rey; lançado dia 18 de setembro de 2015 pela UMG (Universal Music Group). Lana prometeu trazer um álbum mais próximo de Born To Die e Paradise, em questão de sonoridade; Honeymoon veio um ano após do lançamento de foi dito pela própria cantora como seu álbum mais emocional e é com esse conceito que iremos julgar o álbum.

1. Honeymoon: "Ambos sabemos que não está na moda me amar, mas você não vai, porque de verdade, não tem ninguém para você, só eu". O álbum é iniciado com a balada melancólica Honeymoon. Em quesito lirico, é preciso citar uma certa evolução; A canção usa muitas metáforas pra expressar o amor que Lana está sentindo. Em Honeymoon está apaixonada, mas canta a canção em tom melancólico, o que nos faz pensar que é uma canção triste. Em quesito de sonoridade, Honeymoon não decepciona, mas deixou muito fãs irritados, pois estavam esperando batidas hip-hop assim com em Born To Die. É um ótimo jeito de começar um álbum. 8.3



2. Music To Watch Boys To: Mostrando a veia Born To Die, Music To Watch Boys To veio pra destruir. "(Eu gosto muito de você) Colocando minha música enquanto observo os garotos (então eu faço o que você quer) estou cantando soft grunge só para absorver o som". Em Born To Die tivemos as batidas hip-hop, em Ultraviolence tivemos as guitarras estilo Indie Rock, e em Honeymoon temos o saxofone estilo Jazz. A música tem uma sonoridade incrível e a letra se destaca por ser simples, porém avassaladora. Lana parece farta de amar um cara e tudo dar errado, então ela só coloca usa música pra tocar e deixa-os partir. A canção faz citação ao filme Pink Flamingos de 1972; o filme foi polemico por contar a trajetória de Divine, drag queen que é considerada uma heroína da moda pela própria Lana. 8.7



3. Terrence Loves You: Mostrando um pouco mais de Jazz, aqui voltamos a Lana sentimental de Honeymoon, porém, de forma mais aprimorada. Terrence Loves You é uma faixa que não deve ser ignorada. "Você é o que você é. Eu não sou importante para ninguém, mas as lendas de Hollywood nunca irão envelhecer e tudo o que está escondido, bem, isso nunca vai ficar velho". A letra fala basicamente de um relacionamento que não deu certo, porém que ainda afeta a Lana. Lana poderia estar falando sobre seu ex-namorado, Barrie O'Neill em TLY. Pois o seu refrão deixa bem explícito que a pessoa que a deixou tem canções (tunes). A música faz referencia a Space Oddity de David Bowie (R.I.P) "Base de controle para Major Tom, consegue me ouvir ao longo da noite? Base de controle para Major Tom.". Lana dá um tom todo triste e apaixonado quando canta essa faixa. É incrível. 9.6/10




4. God Knows I Tried: "Às vezes acordo pela manhã com o céu em vermelho, azul e amarelo. É tão louco que eu poderia bebê-lo como uma tequila de nascer do sol." Assim começa Lana em God Knows I Tried. A canção começa com toques de guitarra, Lana fala sobre a solidão, que se sente sozinha e parece estar farta com coisas, tipo a fama. "Na segunda-feira, me destroem, mas até a sexta-feira eu revivo" God Knows I Tried é tão explícita em quesito lírico, a cantora parece até está conversando conosco quando canta de forma singela e sincera: "Eu não tenho muito para viver desde que encontrei minha fama ". Lana deixa a entender na canção que está passando por uma época que bebe bastante durante esse período onde essa canção se passa; e por fim, fala que não queria se sentir assim, e que apenas Deus sabe que ela tem tentado ter uma atitude diferente. A sonoridade não deixa a desejar, é minimalista e caprichada ao mesmo tempo, lembrando muito os anos 40. Tem aquele toque vintage estilo Lana Del Rey bastante caprichado. 9.6/10

5. High By The Beach: O lead single de Honeymoon foi High By The Beach e não tem como não pensar muito quando se fala dessa música. A batida hip-hop voltou, mas trouxe características próprias. A letra de High By The Beach fala sobre um relacionamento onde Lana dispensa o cara!!! FINALMENTE! O TERCEIRO ÁLBUM É O ÁLBUM DA INOVAÇÃO -qq. Enfim, Lana está nem aí pro cara de High By The Beach e no momento, só quer curtir as vibes na praia. No contexto do videoclipe, um paparazzi está incomodando Lana, que só queria ficar em paz; em um ato drástico, Lana se exalta e "acaba com ele". "Garoto, olha você, me olhando, eu sei que você não entende. "Você poderia ser um filho da p**a mal, mas isso não faz de você um homem". HIGH BY THE BEACH EU ESCOLHI TE AMAR! 10/10



6. Freak: "Chamas tão quentes se tornam azuis, palmeiras refletindo nos seus olhos, como um verão interminável". Assim começa Lana em Freak; a canção continua com as batidas hip-hop, mas puxando bem de leve para o Jazz Fusion. Lana canta de forma sensual na canção inteira; a canção fala sobre amor, mas um amor louco (bem Del Rey), chegando ao ponto de dizer: "Meu bem, se você quer partir, venha para a Califórnia e seja uma aberração como eu, também. Dane-se seu anonimato, me amar é tudo que você precisa para se sentir como eu me sinto". Eu vejo essa música como uma declaração de amor estranha, porém apaixonada. As batidas de hip-hop acompanham a canção inteira e isso é ótimo. Freak precisa ser um single. (ATUALIZAÇÃO: FREAK FOI SINGLE E O CLIPE É ÓTIMO!) 10/10



7. Art Deco: Aqui temos mais um hino. Art Deco fala sobre uma garota apelidada de 'Rainha da Boate' que gosta de viver intensamente, porém é infeliz com o que tem. Art Deco é um movimento artístico europeu da década de 10 e um bom exemplo deste tipo de arte é o Cristo Redentor. Voltando pra letra, Lana poderia está falando si mesma na época que fazia parte da cena underground. Art Deco também é um termo usado na cena underground para uma pessoa que não tem sucesso, mesmo tentando. Logo de cara, pessoas pensaram em Azealia Banks, melhor amiga de Lana; porém, pra mim faz mais sentido a música ser sobre a própria do que pra outra pessoa. "Você é tão Art Deco, na pista de dança, brilhando como bronze, fria e insegura. Querido, você é tão 'do gueto', procurando impressionar, quando todos eles dizem: 'Olá', você tenta os ignorar porque você quer mais (Por quê?)". A música é um Jazz Fusion grandioso; os versos são cantados de forma sensual e hipnotiza a quem ouve. 10/10

8. Burnt Norton (Interlude):
"O tempo presente e o tempo passado
Estão ambos, talvez, presentes no tempo futuro
E o tempo futuro contido no tempo passado
Se todo o tempo é eternamente presente
Todo o tempo é irredimível
O que podia ter sido é uma abstração
Permanecendo uma possibilidade perpétua
Apenas num mundo de especulação
O que podia ter sido e o que foi
Tendem para um só fim, que é sempre o presente
Passos ecoam na memória
Ao longo do corredor que não seguimos
Em direção à porta que nunca abrimos
Para o roseiral".
Burnt Norton é um poema de T. S. Eliot. O poema reflete sobre questão do tempo, e usa de muitas metáforas pra falar sobre o tempo. Se parar pra pensar, não faz muito sentido com o conceito do álbum, seria apenas uma faixa para mudar o clima do álbum. É um interlúdio que separa as 7 primeiras faixas das outras 6 faixas. 7/10

9. Religion: "Tudo está bem  agora, vamos deixar os cães sonolentos descansarem, nossas decisões já foram tomadas, nós causamos isso". Depois de desabafar sobre seu "eu" antigo, Lana vem desabafar sobre o amor. Lana tem um jeito estranho de amar, já não é uma surpresa (Ultraviolence deixa bem claro) e em Religion, ela poem o cara como uma divindade. Eu entendo Religion como uma declaração de amor ou inicio de um relacionamento, pois quando começamos um namoro, é como se o mundo parasse e tudo que está é aquele pessoa. A sonoridade deixa um pouco a desejar, não chega a ser a melhor do álbum, mas também não é a pior. A melodia e o ritmo também deixam a desejar. "Porque você é minha religião, você é meu estilo de vida. Quando todos os meus amigos dizem que eu deveria me afastar (frase bem parecida com Dark Paradise, não?) Bem, eu não consigo visualizar isso por um minuto, quando eu estou de joelhos, você é como eu rezo. Aleluia, eu preciso do seu amor". 8.8/10

10. Salvatore: Chegamos a música mais grandiosa do álbum sem dúvidas, porém ao mesmo tempo que é grande, também é pequena. Salvatore tem a melhor sonoridade do álbum, com temática italiana dos anos 40, a música é ótima; Mas em quando o assunto é a letra, a canção peca de leve por trazer uma letra meio nonsense. "Todas as luzes em Miami começam a piscar em rubi, azul e verde, néon também. Tudo parece melhor visto de cima, meu rei. Como o oceano de um verde-azulado. Caçador. La-da-da-da-da, la-da-da-da-da, limusines. 'Olá, meu amor' la-da-da-da-da la-da-da-da-da, sorvete de casquinha". A partir do segundo verso as coisas começam a fazer mais nexo. Lana parece interpretar uma personagem, cuja vida parece ser boa, porém as coisas tomam um rumo dramático no final da canção. "Me pegue se puder, estou cuidando do meu bronzeado, Salvador. Morrendo nas mãos de um homem estrangeiro, felizmente. Chamando meu nome na chuva de verão, 'Olá, meu amor'. O salvador pode esperar, agora é hora de tomar sorvete de casquinha". 8.9/10

11. The Blackest Day: Chegamos à canção mais emocional do álbum, é em The Blackest Day que o conceito do álbum atinge seu ápice. Lana tem total liberdade quando escreveu essa música. A canção fala sobre um rompimento que continua a atrapalhar sua vida atual. A canção é a mais melancólica do álbum e também a mais longa. Porém, é impressionante como você não vê o tempo passando quando escuta; tem vezes que eu escuto ela 3 vezes e perco 18 minutos do meu dia (ou até mais). "Não é fácil para mim falar sobre isso, eu tenho amarras bem pesadas no coração. Eu não sou tão simples, é trigonometria, é difícil de expressar, não consigo explicar". Lana se compara com a trigonometria, uma forma de matemática que é notoriamente difícil de entender e decifrar, com a intenção de explicar o quão desafiador é para ela expressar os seus sentimentos. A sonoridade da faixa é marcada pelo trip-hop (Música eletrônica com batidas em down-tempo). The Blackest Day é uma canção incrível e recomendada pra todos os seguidores da Lana Del Rey. 10/10

12. 24: "Há apenas 24 horas em um dia e menos da metade das mentiras que você me conta, meu amorzinho. Há apenas 24 horas em um dia e, em metade disso, você fica acordado pensando em assassinato e carnificina" Agitando um pouco o ritmo do álbum, temos aqui um tema de 007 perfeito. Lana fala sobre um amor perigoso, avassalador e doloroso. "Se você se deitar com os cães, vai ficar cheio de pulgas (Se você andar com pessoas ruins, vai pegar as suas manias ruins), cuidado com suas companhias. Há apenas 24 horas e isso não é o suficiente, para mentir como você mente ou amar como você ama." Lana ama se aventurar com esse seu amor, mesmo sabendo que ele não é uma das melhores pessoas que ela já conheceu; Lana deixa isso bem claro nesse verso: "Me dê seu calor, me dê seus diamantes. Você domina aquela rua e meu desonesto amor, você conta até três enquanto eles estão todos morrendo. Você é difícil de entender, você é frio ao toque" 9/10

13. Swan Song: Com uma metáfora ao Lago dos Cisnes, Lana volta à melancolia, de forma teatral falar sobre um amor que está acabando por algum motivo qualquer; "Coloque seus tênis brancos e siga-me. Pra quê trabalha tanto se podemos ser livres?" A canção foi feita para ter esse ar teatral, para imaginarmos um ballet acontecendo em mim . A canção passa um sentimento muito frio e triste, com certeza é a mais "seca" do álbum; enquanto as outras canções triste do álbum ainda tem um ar amoroso, Swan Song é a que menos se destaca nos sentimentos. A letra não é ruim, mas não é a melhor do álbum. A sonoridade também não é a melhor, mas também não é a pior do álbum. No final, a canção acaba se destacando por ser bem original e única. 7.5/10

14. Don't Let Me Be Misunderstood: Cover da versão de Nina Simone, a canção foi na década de 60, no período dos Direitos Civis para os negros nos Estados Unidos. Nina Simone foi uma grande defensora dos Direitos Civis, que na época foi bastante perseguida na época por tentar ajuda a sua nação, então compuseram essa canção para ela. No contexto dessa época, Nina estaria se explicando para os seus fãs, que ela fazia tudo aquilo com boas intenções. No contexto da Lana Del Rey, ela estaria se explicando para seu amado, que ela é uma pessoa difícil, mas que tem intenções boas, entretanto. "Baby, você me entende agora, se de vez em quando você vê que eu sou louca? Você não sabe, ninguém vivo consegue ser sempre um anjo? Quando tudo vai mal, você vê algo ruim, mas eu sou apenas uma alma cuja as intenções são boas. Oh, Senhor, por favor, não me deixe ser mal interpretada". A canção é linda, em ambos os contextos (claro que o contexto da Nina é bem mais interessante e importante) 8.0

RESUMÃO: Lana nos prometeu um Born To Die/Paradise, mas acabou entregando um trabalho melhor e bem mais coerente. Honeymoon representa um amadurecimento na carreira de Lana. Basicamente, veio pra corrigir os pequenos erros que Lana cometeu em Ultraviolence e mostrar liberdade artística. Enquanto Ultraviolence era todo "gótico", Honeymoon volta a mostrar as belezas da vida, de forma melancólica, apaixonante e sensual. Mas, nem tudo são flores; o álbum apresenta pouca melhoria vocal e ainda apresenta os mesmo temas de Born To Die; Lana Del Rey precisa de uma reinvenção pra não acabar caindo em clichês. O álbum poderia ter ganhado 10 se não fosse esse dois pequenos erros. O álbum tem duração de 1 hora e 2 minutos. Se por algum acaso houver um versão Deluxe do álbum, iremos atualizar a análise.

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