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ANTI - Rihanna (Análise)



Anti (estilizado pra ANTI) é o oitavo álbum de estúdio da cantora (e modelo) Rihanna. Depois de 3 anos de espera, depois muitas especulações, o álbum foi finalmente lançado oficialmente no dia 28 de janeiro, mas 'vazou' um dia antes do lançamento no Tidal. Anti veio pra chocar o público e mostrar versatilidade da cantora, porque inovar é sempre bom. O conceito de Anti é ser contra tudo que a cantora vem fazendo desde seu primeiro disco. Vamos começar?

1. Consideration (Feat. SZA): Começando o álbum com o pé direito, Consideration é apenas 1% do que Anti pode nos oferecer. "Venho tremulando da Terra do Nunca, o tempo nunca poderia me parar, não, não, não, eu sei que você tenta. ". A letra fala um pouco sobre aprisionamento e libertação através de metáforas. Rihanna vem sem papas na línguas, falando o que pensa sem ter medo, e isso é ótimo. "Eu tenho de fazer as coisas do meu jeito, querido. Será que você vai me deixar? Será que você vai me respeitar? Não. Fazer as coisas do meu jeito, querido, você deveria apenas me deixar. Por que você nunca vai me deixar crescer?" Depois do lançamento de Anti, muitas pessoas e seguidores de Rihanna ficaram intrigados com o seguimento da cantora com álbum, mas se formos pensar, já na primeira canção do álbum, você já vê uma sonoridade boa, uma letra divertida e bem construída e uma batida hip-hop e R&B seca e sem muitos efeitos. SZA deu um belo toque na canção, seus versos são poucos, mas já conquistam (ficaremos de olho nos próximos lançamentos da cantora). 9/10

2. James Joint (Intro/Interlude): "Eu preferiria estar fumando maconha, sempre que nós respiramos. Toda vez que você me beija, não diga que sente minha falta, só venha me pegar" James Joint é uma introdução ao Anti, bem gostosinha de se ouvir e bastante sensual na pegada Frank Ocean. James Joint fala sobre um amor não-casual. "Eu preferiria estar quebrando coisas, porque nós não podemos ver, estamos muito ocupados beijando. Apenas fazendo cenas, aí vem a polícia, eles sabem da nossa história. Como você vive e ama, tipo "foda-se as regras"? Não me importo por quê, só sei que eu te amo". A sonoridade é ótima e a melodia também. Mas o grande ponto é que James Joint parece incompleta, seria uma ótima música se tivesse uns 3 minutos. 8/10

3. Kiss It Better: Com um ritmo estilo anos 80/90, Rihanna nos dá um R&B incrível. "Eu estava esperando aquele pôr-do-sol, garoto, eu acho que eu preciso daquilo de volta, não consigo fazer como aquilo, ninguém mais consegue isso como aquilo". Kiss It Better é uma música bastante romântica; Rihanna fala pro cara se esforçar um pouco mais pelo seu amor. "O que você está disposto a fazer Oh, me diga o que você está disposto a fazer? Se esforce mais, baby. O que você está disposto a fazer? Oh, me diga o que você está disposto a fazer? Se esforce mais, baby" O conteúdo lírico de Kiss It Better é rico e não tenho reclamações quanto à ele. O mesmo se aplica a sonoridade, a dicção da Rihanna fica meio largadinha em alguns versos, mas não é nada que atrapalhe. Apesar da música ser incrível, ainda falta algo em Kiss It Better, eu não sei direito o que é, mas faz bastante falta. 8.7/10


4. Work (Feat. Drake): Gerou bastante controvérsias, mas no final de tudo, Work é ótima. Work é uma canção tomada pelo reggae e lembra um pouco Man Down do Loud. O tema principal do Anti é o amor, e em Work, Rihanna nos conta sobre seu relacionamento com Chris Brown. "Eu estou na seca, sem tempo para você me rondando, ele vai agir como se eu gostasse dele. Você sabe que eu combinei com você, o mais bonito, nenhum corpo vai encostar em tudo que eu tenho de valor". Eu recomendo a vocês a se aprofundarem um pouco na letra de Work antes de julgar o "Work, wour, wor, wor, wor, work". A sonoridade é mediana por causa da dicção da Rihanna, aliás, eu acho que maior criticismo com Work é esse ponto. A batida da música é muito gostosa de se escutar e de se dançar, a letra é ótima (sério, não se prendam ao work, wour, wor, wor, work ou nuh, nuh, duh). Work é uma das melhores músicas do álbum, e Rihanna não decepcionou com esse lead-single. 8.3/10



5. Desperado: A "primeira grande música" do álbum. Desperado é uma música que seria facilmente cantada por The Weeknd, Frank Ocean ou outros cantores de R&B Alternativo. Com uma produção incrível e vocais ágeis, Rihanna canta sobre um amor 'perigoso'. No contexto total da música, Rihanna está cantando sobre seu Desperado -palavra americana para alguém que está sempre inquieto, mais usada para descrever bandidos- e sobre fugir com ele, apenas para não se sentir só. "Se você quiser, podemos ser fugitivos, correndo de qualquer visão de amor. Yeah, yeah, não há nada. Não há nada aqui para mim, mas eu não quero ficar sozinha". O beat da música foi interpolado da cantora de R&B Alternativo Banks, mais especificamente da música Waiting Game. Melhor música. 9.3/10

6. Woo: Pronto para ser esculachado? Woo é uma espécie de desabafo da Rihanna pro seu ex. Rihanna começa esnobando a nova garota que está com ele. "Aposto que ela nunca fez você chorar, porque as cicatrizes em seu coração ainda são minhas. Me diga que ela não conseguiu, ela pode até o pior de mim." Rihanna tá falando com toda certeza que a garota não consegue competir com ela em nenhum ponto, mas perto do final, a cantora manda um: "Eu não quero realmente me importar com você, não mais" como se ele ainda fosse importante pra ela, mas ela não consegue cortar o vinculo com ele. A música foi produzida por Travis Scott, um "possível namorado" da Rihanna entre o final de 2015 e o inicio de 2016. The Weeknd fez parte da composição da música, o que pode explicar a franqueza da letra e o beat, e por falar em beat... O BEAT DA MÚSICA É INCRÍVEL! Apesar de ser weirdo, é super legal, muito urban. 9/10

7. Needed Me: Baby, uuuuhh, yooouuu, nee-eee-eee-eeed me. Needed Me nunca foi uma das minhas faixas preferidas do álbum, até o dia que Needed Me virou single. Depois de destruir um ex na faixa anterior, ela continua na mesma vibe e começa a criticar outro ex. "Meu bem, não me entenda mal, você era apenas mais um cara na lista, tentando corrigir seus problemas internos com uma vadia. Eles não te falaram que eu era uma selvagem? Foda-se seu cavalo branco e a carruagem. Aposto que você nunca poderia imaginar, nunca te disse que você poderia ter isso". Enquanto em Woo, Rihanna ainda parecia se importar, nem que seja só um pouquinho, em Needed Me, a cantora não dá a minima pro seu ex e diz que ele precisava dela, e não o contrário. O DJ Mustard deu uma boa caprichada na faixa e fez um Trap de dar inveja. 10/10


8. Yeah, I Said It: Depois de esculachar geral, Rihanna vem sensual como em Kiss It Better. Durante todo o Anti, percebemos que Rihanna recorre ao sexo como forma de escape; em Yeah, I Said It percebemos isso melhor que em Kiss It Better. "Eu estou tentando não pensar sobre isso, não. É, eu disse isso, cara, se levante aí dentro. Quero que você mate isso, indo devagar e eu quero que você coloque lá. E eu acho que eu meio que gosto disso, de pé contra a parede, nós não precisamos de um título". Anti fala sobre sexo da forma mais explicita possível e não entra no estereótipo de que mulher necessariamente gosta de romantismo na cama. "Você pode ser duro, cara, mas você não é. Me dê amor, cara, me dê até de manhã". Pena que a faixa dura pouco. 9/10

9. Same Ol' Mistakes: O famigerado cover de Tame Impala. Foi uma das principais surpresas do álbum. No contexto do álbum, a música pode ter vários significados, desde os tantos ex-namorados até a proposta do álbum de fazer algo, de seguir caminhos diferentes, mesmo com a possibilidade de falhar (relaxa Rihanna, não falhou). "Eles não sabem o que eu sentia ou via desse jeito por aí. Sentindo isso ultrapassar, tudo o que eu costumava odiar, preocupada sobre cada traço, eu tentei, mas é muito tarde. Todos os sinais, eu não leio, os dois lados de mim não podem concordar. Quando eu respiro muito fundo, indo com o que eu sempre desejei". Quero lembrar para qualquer um que esteja lendo essa análise que Anti é o primeiro album que a Rihanna se preocupou em compor todas as músicas com exceção dessa faixa, mas, ela não é uma faixa menos coesa, Rihanna se preocupou em fazer esse álbum desde os pequenos detalhes. A faixa não se diferencia muito da original, só muda os vocais. A produção é bem psicodélica e muito good vibes. Ótima pra se ouvir quando está no tédio ou com amigos. 8/10

10. Never Ending: Numa pegada acústica e reflexiva, Rihanna segue com uma das faixas mais fodas do álbum. Never Ending foi escrita em 2013 por Chad Sabo e é sobre uma das suas experiências fumando maconha. "Fantasma no espelho, conhecia seu rosto uma vez, mas agora não está claro. E eu não consigo sentir meu corpo, estou separada do aqui e do agora". Rihanna pegou a música e fez suas modificações, mas deixou o sentido principal da música. Never Ending vem refletir sobre seus antigos relacionamentos, depois de transar e esculachar com seus exs, para Rihanna, ficou difícil se apaixonar e compreender o amor. "Isso está me destruindo desta vez. Tudo é interminável, caí em um paralelo, eles nunca vão entender. Esse sentimento sempre escapa, desejando poder aguentar mais tempo. Por que isso tem que se sentir tão estranho para estar apaixonado novamente?". 10/10


11. Love On The Brain: O maior hino que você respeita. Love On The Brain tem desde as melhores letras compostas e os melhores vocais do álbum - e também da carreira da RiRi. A música foi a primeira encomendada pro Anti. A letra é sobre um relacionamento abusivo, onde Rihanna tentou de todas as formas amar -sem ser na cama- o seu companheiro. "Deve ser amor no cérebro, isso tem me feito sentir assim. Ele me bate e me deixa preta e azul, mas fode tão bem e eu não me canso. Deve ser amor no cérebro". Mesmo com os defeitos, ela se senta incompleta sem ele (sexualmente, talvez?). A canção é estilo anos 80, lembra bastante o estilo de jazz e soul que Etta James cantava. Uma das canções mais sinceras do disco. 10/10



12. Higher: "Esse whisky me fez sentir bem, então desculpa se eu sou indelicada. Eu só queria você comigo. Desculpa pela outra noite. Sei que eu poderia ser mais criativa e vir com linhas poéticas, mas 'eu tô muito bêbada e eu te amo' são as únicas coisas que estão na minha cabeça". Higher é um pedido de desculpas e tanto que inusitado, pois podemos idealizar a cena só de escutar a música. Rihanna está ligando bêbada para seu namorado e começando a dar aquelas "conversa de bebum", ela quer de todas as formas consertar os erros que ela cometeu na noite passada. A letra de Higher e sua produção apesar de serem bem simples, são muito emocionais e fazem a gente ficar triste com facilidade. "Você me deixa chapada, mais chapada do que já estive. Vem aqui, vamos beber, baby. Espero não estar ligando tão tarde, tarde". 9/10

13. Close To You: Ainda na vibe emocional que toma grande parte do álbum, Rihanna tem uma conversa com seu amado. Na música, parece que o relacionamento vivido por ela não está muito bem. "Nada além de uma lágrima, isso é tudo pro café da manhã. Estou vendo você fingir que não é afetado. Você está cortando nossas ligações, esperando que eu deixe você ir, mas não vou". O toque minimalista encaixou perfeitamente com a música. Lembra vagamente Stay, porém menos comercial e mais emocional. Rihanna está tentando de todas as formas, fazer seu amor ficar próximo a ela e não deixá-la, apesar de ele não precisa dela constantemente ou não ter interesse mais nela. "Eu olho em sua direção, esperando que a mensagem vá em algum lugar perto de você. Perto de você, tipo, tão perto que se te machucassem, você não descobriria. Só diga, eu estou indo agora mesmo pra ficar perto de você". Uma ótima maneira de fechar o álbum. 10/10

RESUMÃO: Quando a Rihanna deu uma pausa em sua carreira, ela estava sobrecarregada depois de tantos lançamentos seguidos um do outro, depois um hit atrás de outro. Isso está sobrecarregando a imagem da própria, muitos diziam que ela estava desesperada para aparecer na mídia, ou que sua época já estava passando e desde o lançamento do álbum, ele foi numero de inúmeras criticas, dizendo que ele não iria se sair bem e duvidando do potencial do álbum; bom, perto do ano acabar, vemos que não é bem assim; o álbum debutou em 27º posição e logo pegou a 1º posição da Billboard 200 e emplacou dois hits. Suas vendas estão estáveis desde o lançamento (nem tanto nesse final de ano, pois veio vários lançamentos). A mudança de estilo da Rihanna é apenas uma forma de provar que ela é uma artista versátil, poderosa e que se dá bem mesmo com algo não familiar. Anti não é tão alternativo assim quanto muitos pensam, na verdade, ele é bastante pop e merece lugar de destaque como um dos melhores álbuns lançados esse ano. Sair da zona de conforto fez um bem danado, hein?

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